Resumindo Artigo Ney 2018

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Em 2016 escrevi um artigo sobre a força da TV aberta e sobre como o crescimento inconteste da Internet nutria comentários pessimistas a respeito de um possível fim da mídia tradicional.

Antes de dar sequência, reforço que sou um entusiasta das novas tecnologias que surgem na indústria da comunicação e mídia. Até porque, faço parte de uma rede de televisão aberta que, sendo a segunda mais assistida do país, conquistou a liderança mundial de público na internet, à frente de gigantes como a britânica BBC e a norte-americana NBC.

No entanto, se é inadmissível ficar de fora das transformações de nosso meio, é preciso olhar com cautela a estas mudanças, para evitar julgamentos precipitados e equivocados.

E olhando com cuidado para este cenário – considerando dados, pesquisas e estudos acadêmicos, além dos resultados que a TV aberta traz aos seus anunciantes – constatamos que a TV, não apenas segue mais firme do que nunca – como afirmei em 2016 – mas também contribui para trazer mais efetividade aos resultados de anunciantes na Internet, quando em iniciativas simultâneas à mídia tradicional.

Um estudo recente realizado no Reino Unido para a agência MediaCom mostrou que a resposta direta aos comerciais de TV aumenta entre os telespectadores que assistem TV aberta com um celular à mão, comprovando que o consumo da segunda tela enquanto assiste-se à TV melhora a eficiência da publicidade no meio tradicional. Uma das possíveis razões é a de que as pessoas continuam engajadas com o conteúdo da publicidade na TV, mas agora também podem agir imediatamente para pesquisar ou comprar, porque têm a internet à mão – no Brasil, onde 95% dos internautas afirmam ver TV enquanto acessam a Web (segundo estudo do Ibope Conecta em abril de 2018), estima-se que este resultado seja ainda melhor. Este estudo também constatou a redução do zapping entre os canais em 10% durante o brake comercial.

Mas, por que, então, criou-se um estigma de que a TV é um meio desatualizado? Arrisco dizer que isso aconteceu pela falta de defesa por parte dos próprios executivos do meio. Como até recentemente a TV aberta reinava sozinha, não havia a necessidade de se defender amplamente e propagar aos anunciantes seus benefícios inigualáveis, portanto, os executivos de TV, via de regra, não apresentavam com tanto afinco estas informações. Isto abriu brecha para a Internet que, em via oposta, trazia números, dados e relatórios para apresentar aos seus anunciantes. Portanto, é imprescindível que os profissionais do meio TV se mobilizem para apresentar seus diferenciais que, volto a afirmar, são muitos. 

Alcance, menor custo por ponto, impacto nas vendas e escala em massa simultânea são apenas alguns dos diferenciais do meio TV. Um minuto do “Programa do Ratinho”, por exemplo, é visto por 20 milhões de pessoas simultaneamente, número que demora dias para ser alcançado no Youtube. E esta é uma das razões pelas quais a TV continua sendo o meio que lidera os investimentos publicitários no Brasil – com faturamento de US$ 5.748 milhões em 2017 – e continuará liderando por muito tempo (a previsão é continuar no topo do ranking com US$ 6.983 milhões de faturamento em 2.022), segundo estudo feito pela PricewaterhouseCoopers. 

Até mesmo serviços de streaming (sendo o Netflix o mais famoso deles) se rendem à força da TV aberta e compram mídia neste meio para promover o lançamento de seus principais produtos.

E falando em streaming, ao invés de amedrontar-se frente aos players deste serviço, os principais veículos de TV aberta estão atentos e alinhados às oportunidades que isto irá gerar no futuro próximo. A Televisa, 5ª maior televisão do mundo, já lançou há 2 anos sua plataformas de streaming over-the-top e, no Brasil, as 3 emissoras nacionais seguem em vias de lançar suas próprias plataformas.

Portanto, reitero que a TV segue mais viva do que nunca mas que, para isso, precisou se reinventar e entender que seu principal negócio é o conteúdo, independentemente de em qual tela, e em que momento da jornada de seu consumidor, será exibido. 

Como profissionais do meio, entendemos esta realidade e também passamos a oferecer oportunidades únicas às marcas, desenvolvendo soluções que unem toda a força e alcance da TV aberta à interatividade da web, utilizando, de forma interligada, os benefícios dos dois meios. 

Se o digital transformou o setor de entretenimento e mídia, a TV aberta soube muito bem aproveitar esta transformação e já tem realizado cases incríveis. Continuaremos evoluindo, com novas experiências, novos projetos, e um único objetivo: levar a mensagem para o consumidor, em todos os momentos e na tela que for. Precisamos, porém, não apenas continuar fazendo esta entrega excepcional às marcas, mas também cacarejar melhor estes mesmos resultados.

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